Hoje faz 1 ano que cheguei em Bali para viver uma nova perspectiva de vida. E celebrar esta escolha agregada a uma enorme satisfação de vida (e não de arrependimento), me fez refletir por momentos em que estive sendo o que esperavam de mim, e marcou fortemente meu 5º setênio (28 aos 35 anos).
Essa fase da vida é mágica e há muitas teorias para essa sua magia. Se caracteriza pela inquietação (nós mulheres) que vivemos nessa fase. Relembrar minha experiência desta fase celebra esse momento mágico que o propósito de vida me permitiu mergulhar - a #balilife .
Aos 28 anos eu estava no auge de minha ambição profissional, e para você ter ideia dessa magia que o 5º setênio agrega, eu fiz minha laqueadura de trompas para não ter mais filhos diante do desejo de mergulhar profundamente na profissão e de tudo que viria junto, através do mundo corporativo.
Mas foi aos 30 anos que a uma plenitude poderosa bateu na porta. Eu me sentia potente e com um poder do tamanho de mudar o mundo. Eu sentia a sede do fazer, e já como empreendedora social me enchi de desafios por uma busca de tornar o negócio em um legado histórico. (Eu empreendia com moda consciente, em um momento que era apenas moda e o Brasil mal falava sobre esse assunto.)
O poder e o saber me levaram a níveis de consciência que transformaram a cada ano minha ambição pelo sucesso histórico em uma ambição mais coletiva, ou seja, eu estava buscando respostas para cocriar minha história com (pelo) mundo e não mais 'ter meu sucesso'.
Crenças de que a 'vida é uma luta', por exemplo, era muito viva naquele momento poderoso, e assim eu a cada dia concretizava as viagens de trabalho, os desafios de projetos, + voluntariados, e ainda aceitava todos os convites e cachês para palestrar e mentorar.
Agora, pare e pense o leão de cada dia nesse cenário de luta, e a quantidade de culpa que se acumulava, imaginou? _ sim, momentos com filhos, férias, atrasos e um monte de ausências que eram substituídas com [des]culpas abriram vazios.
Quantas vezes pedimos desculpa por dia, por coisas pequenas do dia-a-dia nos impregnando de sentimento de culpa?
Aos 34 anos resolvi mudar minha realidade, ouvir mais as inquietações e comecei uma jornada do desapego, conhecimento, espiritualidade e da inovação profissional. O primeiro sinal que me impulsionou a seguir foram os leões que sumiram de meus dias e o despertar da consciência para fora dos padrões. A sensação de liberdade, daquela prisão que havia me colocado através da visão de mundo e seu sucesso foi claramente sentida. Aproveitei tudo que se foi vivido, sem deixar nada esquecido, mas ressignifiquei e dei um sentido, ou melhor dizendo, despertei meu propósito.
Celebro aqui e agora minha decisão, aos 39 anos, de viver tudo que ressignifiquei de um jeito despretensioso com o sucesso. E o incrível dessa atitude foi o sentir em meio a crise pandêmica, pois a falta de pretensão do modelo sucesso fez com que eu não criasse mais leões e pudesse vivenciar o meu propósito sem a pretensão de um objetivo específico ancorado ao 'padrão'.
Manifestei, vivifiquei e agora honro meu finalzinho do 6º setênio trabalhando minha bagagem interna, sobre o que eu deixo e o que eu levo nessa jornada da vida. Não há leão, mas há sucesso de vida (e um tanto de história).
Querida Mayara ,é com muita alegria ver a sua trajetória. Tenho orgulho de voce !