1º - É apenas para mulheres
Antes mesmo de falarmos sobre esse assunto gostaria de dizer que estou em um momento inquieta e curiosa sobre o tema: prover feminino, em especial, quando me refiro ao que faço ao fomentar novos negócios com (e para) mulheres.
Há 4 meses atrás começaram a chegar mulheres: inquietas com o mundo digital e dos negócios, extremamente habilidosas, repletas de vivências e sem conseguirem monetizar seus negócios.
O mais interessante dessas experiências é que o momento do despertar do propósito as trazem para um maior estado de presença e gera uma visão mais holística de seus negócios.
Porém, quando vamos para a próxima etapa de transformar o propósito no modelo de negócio, e assim dar foco aos seus objetivos e resultados, há uma reviravolta no comportamento destas mulheres. Novas inquietações, medos, procrastinações surgem, e não é na minoria, aconteceu em um certo nível em todas (12 mulheres).
(Isso me chamou atenção, logo comecei a conversar com mais mulheres sobre essa observação.)
2º - Mas o que é Modelo de Negócio?
Sabendo que modelo de negócio, de forma resumida, é uma estrutura que descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor de uma empresa. E por mais que pareça para muitos, um documento simples, prático e bastante visual, começar a dar forma ao negócio dentro deste conceito de protótipo ou de exemplo/ referência do que se pretende reproduzir ou imitar, mexe muito com certas virtudes de todas nós mulheres.
Não percebi no começo que eu estava gerando essa inquietação ou mesmo que mexia com certas virtudes. Diante da prática com as ferramentas de modelo de negócio (5W2H/ Lean Canvas/ Modelo C), a minha primeira impressão foi que organizar processos não era hábito da maioria delas. Porém tive experiências posteriormente com mulheres que já as tinha e conheciam as ferramentas.
O que me fez entender que modelar, com aquelas ferramentas, já não fazia mais tanto sentido, era que todas elas estavam comigo na busca por novas escolhas de empreender, e iam além do propósito. Estamos falando de qualidade de vida e da lei do menor esforço.
3º - Por que (talvez) não seja para você?
Nesse momento eu já estava pensando em conectar várias mulheres, umas com as outras, a partir de suas diversas expertises, e fomentar trocas entre elas.
Eu estava com uma miopia crítica e momentânea, e enxergava claramente que elas não tinham menor jeito para fazerem negócios.
A virada de chave para a questão de "modelar negócios" x patriarcado foi chegando aos poucos, a cada mentoria. Cada uma delas geravam em mim insights diferentes. Elas se adaptavam, se davam um tempo (e eu não entendia) e voltavam, traziam suas próprias respostas (certezas), e demonstravam um nível de audácia e autoresponsabilidade impressionante. E eu ainda tentando encaixar tudo isso nos quadradinhos.
Entre, uma mentoria e outra, estava a perceber que a ferramenta mexia na flexibilidade de vida que buscavam, na alegria de fazerem seus trabalhos, na autoconfiança (já que eu estava apresentando um certo controle processual), e desaparecia a determinação que existia no início.
Foram longos meses, e ainda continuam chegando mulheres desafiadoras.
Hoje eu tenho toda certeza que modelar negócio (pelo menos da forma que existe) não faz mais sentido para nossas novas escolhas, nossos novos negócios e para nossa nova jornada minimalista, repleta de amor e leveza.
Sigo junta com todas vocês na busca quiçá de novos jeitos e de novos ciclos para realizarmos propósitos empreendedores femininos. Me conta tua experiência.
Uma reflexão muito interessante, por vezes cheguei a acreditar que havia algo errado comigo por não conseguir me adequar bem ao processo de algumas ferramentas durante a modelagem do meu negócio. Acontece que sou inquieta e estava tentando encaixar uma estrutura organizacional orgânica em um modelo totalmente padronizado; percebi que não dava pra ser diferente e única já começando por tentar manter velhos padrões. Essas e outras reflexões que o aprofundamento no propósito trazem me ajudaram a aceitar isso e seguir em frente.